Portugal, Japão e as Artes Marciais

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Quando os portugueses chegaram ao Japão, em meados séc. XVI, os nipónicos ficaram entusiasmados com a novidade. Aqueles sujeitos vindos do extremo ocidente tinham modos um pouco toscos, mas esta simplicidade também os tornava mais confiáveis. Traziam produtos da Índia e da China. Introduziram as espingardas no Japão, assim como várias palavras, e até ensinaram algumas técnicas de esgrima aos japoneses. Os portugueses apresentaram uma nova religião ao Japão, assim como a medicina ocidental. Os jesuítas portugueses fizeram um diccionário
de japonês-português, o primeiro para uma língua não oriental.

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Mas o Japão fechou-se novamente ao mundo, só voltando a abrir-se no século XIX. Nessa altura os artistas europeus descobriam as pinturas japoneses. Depois foram as artes marciais que começaram a despertar interesse no ocidente. Depois da II Guerra Mundial o Japão tornou-se numa potência industrial e passaram a nos vender automóveis e produtos electrónicos. Quando o fulgor económico japonês diminuia, o país tornou-se numa grande exportador de produtos de ficção, nomeadamente em termos de animação.

Hoje o Japão ocupa uma posição peculiar. Por um lado, é considerado um país ocidental em termos de modelo económico e político. Por outro lado, continua a ser um país exótico e com uma cultura muitas vezes difícil de entender. Os portugueses foram os primeiros ocidentais a compreender os ocidentais a compreender os japoneses mas hoje parece que recuamos cinco séculos e voltamos à época em que o Japão era apenas uma referência vaga feita por Marco Polo.

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Este site destina-se a divulgar o Aikido, as artes marciais e a cultura japonesa, mas também o pretende fazer isto desde uma perspectiva portuguesa, ou seja, desde um ponto de vista mais universalista.